Atirador mata 14 pessoas em sessão de "Batman" em cinema dos EUA
SAN FRANCISCO, 19 Jul (Reuters) -
A fabricante de chips Advanced Micro Devices projetou que a receita do
terceiro trimestre fique abaixo das expectativas, em meio aos desafios
da economia global mais fraca, vendas mornas de computadores pessoais e
implacável pressão da fabricante de chips Intel.
Como outras empresas na indústria de computadores pessoais, a AMD
tem sido afetada pela turbulência na economia global e pelo aumento da
preferência de consumidores por tablets e smartphones, mas analistas
também acreditam que a companhia pode estar perdendo mercado para
processadores fabricados pelas rivais Intel e Nvidia.
A AMD registrou receita de 1,41 bilhão de dólares no segundo
trimestre, contra 1,57 bilhão um ano antes. O lucro líquido ficou em 37
milhões de dólares, ou 0,05 dólar por ação, abaixo do ganho de 61
milhões, ou 0,08 dólar por papel, um ano antes.
Analistas estimavam receita de 1,5 bilhão de dólares, de acordo com o Thomson Reuters I/B/E/S.
Telebrás quer investir R$1 bi em 2013 e R$1 bi em 2014
RIO DE JANEIRO, 19 Jul (Reuters)
- A Telebrás pretende investir 1 bilhão de reais no ano que vem e mais 1
bilhão de reais em 2014 na ampliação da sua rede e sua infraestrutura
no país, afirmou o presidente Caio Bonilha, nesta quinta-feira, a
jornalistas.
Bonilha disse ainda que a companhia negocia a oferta de serviço
para incrementar a capacidade de redes 3G com uma das operadoras punidas
pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na quarta-feira.
A Telebrás investiu no ano passado 80 milhões de reais e a
previsão para este ano é de aproximadamente 400 milhões de reais. A
prioridade da empresa é investir em regiões onde há demanda por serviços
de banda larga e onde as grandes operadoras do país tem pouca
penetração, segundo Bonilha.
O executivo disse que desde fevereiro, a Telebrás vem
desenvolvendo um produto, o VPN (Rede Privada Virtual), que está
disponível ao mercado há duas semanas.
Segundo ele, uma das operadoras punidas com a proibição de vendas
de novas linhas na quarta-feira pela Anatel por problemas na qualidade
do serviço oferecido a seus clientes já está em negociação para adquirir
o novo produto. TIM, Oi e Claro foram as companhias punidas, mas
Bonilha não disse com qual delas a Telebrás está negociando.
Bonilha frisou que o sistema poderá ajudar as operadoras de telefonia a aumentar e melhorar a capacidade das suas redes 3G e 4G.
"Um dos grandes problemas que as operadoras de celulares têm, é o
backhaul, que é a interligação entre a estação básica e a central de
controles da operadora. É nisso que a gente quer entrar e pode auxiliar
nesse esforço de melhora da qualidade dos serviços das operadoras",
explicou.
"O grande problema hoje é banda larga, Internet e 3G. Nisso nós
podemos ajudar bastante. As operadoras podem usar a rede da Telebrás
para incrementar a capacidade de sua rede. Já estamos em negociação com
uma operadora e esperamos que agora a gente acelere essa negociação",
disse.
Bonilha falou após participar de cerimônia na Firjan sobre a
criação de um produto de Internet Banda Larga de alta velocidade para o
setor corporativo brasileiro.
Microsoft tem prejuízo no 2o tri após baixa contábil
19 Jul (Reuters) - A Microsoft
teve seu primeiro prejuízo trimestral como companhia aberta nesta
quinta-feira, após registrar uma baixa contábil previamente anunciada no
valor de sua unidade online.
A maior companhia de software do mundo registrou um prejuízo
líquido de 492 milhões de dólares, ou 0,06 dólar por ação, em comparação
com o lucro de 5,87 bilhões de dólares, ou 0,69 dólar por ação, no
mesmo trimestre um ano antes.
As vendas cresceram 4 por cento, para 18 bilhões de dólares, amortecidas pela lenta comercialização de PCs.
A Microsoft não registrou prejuízo trimestral desde que abriu seu capital em 1986.
O prejuízo era esperado, desde que a Microsoft anunciou no início
deste mês que sofreria uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares no
valor de sua unidade online em razão de uma aquisição mal-sucedida.
A Microsoft também diferiu 540 milhões de dólares em receita do
Windows por conta de um desconto de upgrade oferecido a clientes que
compraram computadores com Windows 7 antes do lançamento do Windows 8,
no final de outubro.
Excluindo a baixa contábil, mas incluindo a receita diferida, a Microsoft lucrou 0,67 dólar por ação no trimestre.
Nesses termos, Wall Street estimava que a empresa registrasse
lucro de 0,62 dólar por ação, de acordo com o Thomson Reuters I/B/E/S.
As vendas trimestrais ficaram levemente abaixo da previsão média de analistas, de 18,1 bilhões de dólares.
A ação da Microsoft avançou 1,7 por cento no after-market após fechar a 30,67 dólares no Nasdaq.
Google tem receita de US$12,2 bi no 2o tri
19 Jul (Reuters) - A receita do
negócio de Internet, o principal do Google, cresceu 21 por cento no
segundo trimestre, enquanto a recém-adquirida Motorola Mobility aumentou
a receita total do Google para 12,21 bilhões de dólares.
O Google apresentou lucro líquido de 2,79 bilhões de dólares no
segundo trimestre, ou 8,42 dólares por ação, em uma base consolidada.
O custo por clique para anúncios online de busca do Google
continuou a cair no segundo trimestre, com recuo de 16 por cento na
comparação anual, enquanto o número geral de cliques em seus anúncios
aumentou 42 por cento.
O Google, a maior ferramenta de busca na Internet no mundo,
concluiu a aquisição da Motorola em meados de maio, dando ao Google uma
posição no altamente competitivo negócio de hardware para smartphones,
dominado por companhias como Apple e Samsung.
Dólar cai 0,39% com balanços dos EUA e alívio na Europa
SÃO PAULO, 19 Jul (Reuters) - O dólar encerrou em baixa pela quinta
sessão seguida nesta quinta-feira, acompanhando uma melhora no mercado
externo. Os investidores se mostraram mais animados com resultados
financeiros de empresas norte-americanas, que vieram acima das
expectativas, e menos preocupados com a crise na zona do euro.
O dólar fechou em queda de 0,39 por cento, cotado a 2,0138 reais
na venda. Nas últimas cinco sessões, a moeda norte-americana recuou
cerca de 1,3 por cento em relação ao real.
Segundo profissionais de mercado, a trégua de notícias negativas
no cenário externo tem ajudado o dólar a recuar nos últimos dias, mas
ainda dentro da banda informal de 2 reais a 2,10 reais estabelecida por
intervenções do Banco Central.
"O mercado ainda está preso dentro desse arranjo, entre 2 e 2,10
reais. A moeda ficou muito tempo nos 2,03 reais, depois nos 2,02 reais
e, aos poucos, ainda com essa ausência de notícias ruins que estavam
vindo do exterior, o dólar está cedendo", disse o operador de câmbio da
Renascença Corretora, José Carlos Amado.
A maioria das bolsas internacionais teve uma melhora nos últimos
dias e subiu nesta quinta-feira, impulsionadas por resultados
corporativos melhores do que o esperado, como o das empresas de
tecnologia IBM e eBay.
Na Europa, investidores também parecem um pouco menos preocupados
com a situação da Espanha. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados
da Alemanha aprovou com ampla maioria a contribuição do país para um
pacote de ajuda da zona do euro ao setor bancário espanhol.
A aprovação é uma vitória parlamentar da chanceler da Alemanha,
Angela Merkel, que conquistou o apoio da oposição e conseguiu a maioria
simples da própria coalizão na Câmara.
Caso o quadro internacional continue mais tranquilo, analistas
acreditam o dólar pode voltar aos 2 reais. No entanto, investidores
devem ficar atentos à possibilidade de atuação do Banco Central com a
moeda nesse patamar.
Copom volta a falar em "parcimônia" sobre cortes no juro--ata
BRASÍLIA, 19 Jul (Reuters) - O Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central voltou a afirmar que futuras reduções na Selic terão de
ser feitas com "parcimônia", apesar da lentidão na retomada econômica.
"Mesmo considerando que a recuperação da atividade vem ocorrendo
mais lentamente do que se antecipava, o Copom entende que, dados os
efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o
momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve
ser conduzido com parcimônia", disse o Copom na ata de sua última
reunião, divulgada nesta quinta-feira.
Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto
percentual, levando-a para a nova mínima histórica de 8,0 por cento ao
ano. Foi o oitavo corte seguido desde que o BC começou o processo de
flexibilização monetária, em agosto passado, para estimular a
cambaleante economia brasileira.
No documento desta quinta-feira, o BC informou que a recuperação
da atividade econômica doméstica vem acontecendo de forma "bastante
gradual", mas que seu cenário principal indica um "ritmo de atividade
mais intenso neste semestre".
O BC indicou, por outro lado, que a demanda doméstica tende a se
apresentar robusta. "Especialmente o consumo das famílias, em grande
parte devido aos efeitos de fatores de estímulos, como o crescimento da
renda e a expansão moderada do crédito."
A avaliação do mercado sobre a ata divulgada nesta quinta mostrou
que existe uma expectativa de mais um corte em agosto, mas os passos
seguintes são mais incertos.
"A ata de hoje...deixa a porta aberta à possibilidade de mais
cortes (na Selic), além de agosto", afirmou o economista-chefe da
Raymond James, Mauricio Rosal.
Para o economista-chefe da Sulamérica Investimento, Newton Rosa, o
fato de a ata conter o parágrafo no qual o Copom diz que "qualquer
movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com
parcimônia" sinaliza redução da Selic na reunião de agosto. "É um sinal
de que mais um corte de 0,50 ponto percentual está contratado
Diplomata russo: Assad está disposto a deixar poder "de forma ordeira"
PARIS, 20 Jul (Reuters) - O
embaixador da Rússia na França disse nesta sexta-feira que o presidente
sírio, Bashar al-Assad, aceitou que terá de deixar o poder, mas apenas
de forma ordeira. O governo sírio, no entanto, agiu rápido para negar a
afirmação.
O embaixador Alexandre Orlov disse à rádio francesa RFI que
Assad, que enfrenta uma revolta de 16 meses contra o seu regime,
sinalizou a disposição de renunciar ao aceitar uma recente declaração
internacional que previa uma transição para a democracia na Síria.
"Na conferência de Genebra, houve um comunicado final que
estabelece uma transição para um sistema mais democrático", disse Orlov.
"Esse comunicado final foi aceito por Assad. Assad nomeou seu
representante para liderar as negociações com a posição para essa
transição. Isso significa que ele aceitou sair, mas de forma ordeira."
O Ministério da Informação da Síria rapidamente negou isso,
dizendo que as declarações de Orlov eram "completamente destituídas de
verdade".
Na quinta-feira, a Rússia e a China vetaram uma resolução
proposta pelo Ocidente no Conselho de Segurança da ONU que continha uma
ameaça de sanções à Síria se o país não cumprisse o plano de paz do
enviado internacional Kofi Annan.
(Reportagem de John Irish em Paris, Khaled Yaboub Oweis em Amã e Dominic Evans em Beirute)
Mantega defende câmbio desvalorizado e dólar sobe pelo segundo dia seguido
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou ontem a mensagem do
governo de que vai intervir no mercado para evitar que o dólar caia
abaixo de R$ 2. Na terça-feira, o diretor de política monetária do Banco
Central, Aldo Mendes, deu entrevista à 'Agência Estado', anunciando que
o BC estava pronto a intervir no mercado. Mendes acenou que R$ 2 seria o
piso para a cotação do dólar para evitar que os produtos brasileiros
fiquem mais caros no mercado internacional e a indústria perca
competitividade.
Ao comentar a entrevista, Mantega disse ontem que o governo adotou
nos últimos meses medidas para desvalorizar o real em 20%. "Fazemos a
política correta, estamos com o câmbio com uma posição que valorize a
economia brasileira", disse.
A reação do mercado foi imediata. Pelo segundo dia seguido, o dólar
fechou em alta, desta vez com valorização de 0,79% no mercado à vista,
cotado a R$ 2,0310. É o maior nível desde 28 de junho.
Spread. O ministro adotou novamente a postura de colocar contra a
parede os banqueiros, cobrando o aumento do crédito e a redução dos
spreads bancários (diferença entre as taxas de juros pagas pelos bancos
na captação de recursos e a cobrada dos clientes nas operações de
empréstimos).
Mantega também não poupou de cobranças os industriais. "É preciso que
o setor empresarial desperte seu espírito animal e faça os
investimentos, pois quem sai na frente tem vantagens", disse. "É preciso
que haja mais crédito dos bancos, com o spread caindo", completou,
durante o Seminário Econômico Fiesp-Lide, em São Paulo.
No evento, Mantega rebateu críticas feitas pelo presidente do Itaú
Unibanco, Roberto Setubal, que representava os banqueiros, e do
presidente da Nestlé, Ivan Zurita, um dos porta-vozes do setor
produtivo. Setubal atribuiu a redução do crédito ao aumento da
inadimplência e à falta de um mecanismo de recuperação de perdas. Ele
disse que só o Itaú Unibanco terá de arcar com uma perda de R$ 18
bilhões por conta de calotes neste ano.
O ministro, por sua vez, disse reconhecer o aumento da inadimplência,
mas lembrou que é da natureza dos bancos serem pro-cíclicos (aumentarem
o crédito em momentos de prosperidade) quando deveriam ser
anticíclicos.
"Não é sair dando crédito adoidado, mas se reduzir o spread a
inadimplência vai cair. Quero dizer, doutor Setubal, que o spread
bancário no Brasil é muito alto", cutucou Mantega.
Após o presidente da Nestlé criticar a alta carga tributária e citar
que 50% do preço de uma garrafa de água é resultante de tributos,
Mantega disse que o setor de alimentos é o mais desonerado de todos, e
que o governo se preocupa com o impacto da área na inflação. Em seguida,
alfinetou Zurita: "A Nestlé tem no Brasil o segundo maior mercado
mundial e significa que deve ter crescido lucrando bastante".
Logo na abertura do evento, o presidente da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, cobrou de Mantega que o
governo amplie, "em mais 60 dias", o prazo de recolhimento de impostos
para "dar fôlego", no curto prazo, ao setor produtivo no momento de
crise e de recuo no crédito. Para Mantega, uma coisa é propor uma agenda
estratégica num cenário sem crise e a outra é propô-la em momentos de
crise.
O ministro lembrou que a crise europeia começou diferente da crise de
2008 nos Estados Unidos, mas que seus efeitos deletérios sobre a
economia estão ficando parecidos.
BC pode intervir no câmbio para ajudar a indústria
O dólar abaixo de R$ 2 não agrada a equipe econômica e o Banco
Central pode voltar a agir. O recado foi dado ontem pelo diretor de
política monetária da instituição, Aldo Luiz Mendes. "Minha percepção é
que o dólar abaixo desse nível de R$ 2 pode não ser bom para a
indústria", disse no fim da manhã.
O aviso mudou os ventos do mercado e a moeda, que recuava, passou a
subir, voltou ao nível considerado adequado e terminou a R$ 2,0150,
maior valor do dia, em alta de 1,31%.
Em entrevista ao Estado, Mendes deixou clara a insatisfação e a
preocupação do governo com o tema. Mais que isso: mostrou que o BC está
alinhado com o restante da equipe econômica no esforço de manter o dólar
em um patamar favorável às empresas brasileiras.
"O desempenho industrial mais fraco até aumenta a possibilidade de o
governo querer um dólar mais alto que a cotação de hoje (ontem)", disse o
diretor do Banco Central.
Minutos antes da entrevista, o dólar chegou a ser trocado de mãos por
R$ 1,9770. O governo entende que o dólar mais alto é importante para os
exportadores, já que torna produtos e serviços brasileiros mais
competitivos.
Liquidez. Oficialmente, o BC não tem um objetivo para o preço da
moeda e a instituição só intervém para resolver problemas de liquidez.
"Não temos uma meta de câmbio, atuamos no ajuste da liquidez",
argumentou o diretor. Apesar do discurso, Aldo avisou que o banco pode
voltar a comprar dólares, o que evidentemente aumentaria o preço da
moeda. "O BC tem atuado numa ponta (a vendedora) e pode atuar na outra
(como comprador). Sempre estamos de olho", afirmou o diretor.
A chance de voltar às compras tem até endereço: o mercado futuro. "A
dinâmica atual tem sido concentrada no segmento futuro. Se a gente
tivesse de voltar a intervir, seria no futuro", disse. Essa simples
ameaça foi suficiente para a moeda, em poucos minutos, retornar ao
patamar indicado.
O mesmo BC que agora ameaça comprar dólares teve, na semana passada,
forte atuação como vendedor da moeda americana. Em três dias seguidos -
entre quarta-feira e sexta-feira -, realizou leilões no mercado futuro
que corresponderam à venda de cerca de US$ 9 bilhões.
Crise externa. Mesmo com tais intervenções, o diretor do Banco
Central afirma que a recente queda do dólar para abaixo de R$ 2 não é
responsabilidade do banco. Para ele, a queda é resultado de uma
percepção positiva dos investidores sobre a crise externa. "Os anúncios
após o encontro da cúpula europeia na semana passada têm consistência um
pouco maior do que havia sido divulgado antes. Por isso, houve o recuo
do dólar", argumenta Mendes. "Houve alívio para a tomada de risco."
Em Bruxelas, líderes europeus acertaram diretrizes para uma ação
conjunta em favor do crescimento e para enfrentar a crise da dívida de
vários países da região.
A sinalização dada pelo diretor do Banco Central mostra como a
autoridade monetária compartilha ideias com o Ministério da Fazenda e o
Palácio do Planalto. No esforço de tentar manter a indústria e o
restante da economia aquecida, inúmeras medidas têm sido tomadas nas
áreas tributária, fiscal e de crédito.
Sob a responsabilidade do Banco Central, o juro cai desde agosto do
ano passado e houve liberação de recursos dos bancos - o compulsório -
para crédito de veículos e rural.
O Banco Central e o câmbio
Pela primeira vez nos últimos 20 anos, um diretor do Banco Central
vem a público para avisar que as cotações do dólar têm de subir. Mais
ainda, têm de subir porque o desempenho da indústria não foi
satisfatório dois meses antes. Foi o que declarou ontem o diretor de
Política Monetária, Aldo Luiz Mendes.
Mesmo depois de 1999, quando foi definida a livre flutuação do câmbio
no Brasil, ninguém no governo federal definiu que essa flutuação se
faria de modo absoluto, no sentido de que a cotação da moeda estrangeira
seria aquela que fosse determinada pela oferta e procura sem
interferência das autoridades.
Sempre se soube que o câmbio no Brasil - como, de resto, em todo o
mundo - opera no regime de "flutuação suja". A diferença é que, em 2004,
o próprio Banco Central definiu que essa intervenção se faria em duas
condições: quando fosse preciso neutralizar a excessiva volatilidade das
cotações - caso de uma forte entrada ou saída de dólares: ou houvesse
necessidade de formar reservas.
A partir do governo Dilma, sem declaração prévia, essa regra foi
alterada. O próprio Banco Central tratou de puxar as cotações para cima
para conter a excessiva valorização cambial (baixa do dólar).
Com isso, as cotações saltaram para acima dos R$ 2 por dólar,
chegando ao máximo de R$ 2,0830 no dia 28 de junho. Nesta semana, o
próprio Banco Central voltou a vender moeda estrangeira aparentemente
porque entendeu que a desvalorização fora longe demais. As cotações
voltaram a cair para abaixo dos R$ 2 por dólar, o que parece ter
incomodado em especial o diretor de Política Monetária, que ontem passou
o recado de que o Banco Central terá de voltar a comprar moeda
estrangeira, agora no mercado de derivativos.
A condução da política de câmbio pelo Banco Central está pouco clara.
Tanto não lhe interessam cotações acima de R$ 2,10 por dólar como não
lhe interessam cotações abaixo de R$ 2 por dólar, o que, por si só,
caracterizaria um limite estreito de variação.
Porém, mais esquisita é a afirmação de um diretor do Banco Central,
cuja única função é cuidar da saúde da moeda, de que, no momento, é o
desempenho da indústria que tem de determinar a política cambial, não
importando muito as causas do seu baixo resultado nem o comportamento do
resto da economia.
Ontem, o IBGE divulgou os resultados de sua pesquisa sobre a produção
industrial e o que se viu é decepcionante: queda de 0,9% em maio em
relação a abril; queda de 4,3% em relação a maio do ano passado; e de
3,4% nos primeiros cinco meses do ano em relação a igual período do ano
passado.
Tanto a presidente Dilma como o ministro Guido Mantega vêm afirmando
que o avanço insatisfatório do sistema produtivo (e não só o da
indústria) é consequência da crise internacional - fator que não explica
tudo. Em nenhum momento foi adiantado que esse fiasco tem a ver com a
excessiva valorização do real nem que a desvalorização induzida até aqui
teria de ser acentuada para salvar a produção.
É incompreensível que uma autoridade da área monetária declare que é
preciso empurrar o câmbio, qualquer que seja a direção. Mesmo que
decididas equivocadamente, essas coisas não se anunciam; simplesmente se
fazem.
BC pode intervir no câmbio para ajudar indústria
O dólar abaixo de R$ 2 não agrada a equipe econômica e o
Banco Central pode voltar a agir. O recado foi dado ontem pelo diretor
de política monetária da instituição, Aldo Luiz Mendes. "Minha percepção
é que o dólar abaixo desse nível de R$ 2 pode não ser bom para a
indústria", disse no fim da manhã.
O aviso mudou os ventos do mercado e a moeda, que recuava, passou a
subir, voltou ao nível considerado adequado e terminou a R$ 2,0150,
maior valor do dia, em alta de 1,31%.
Em entrevista ao Estado, Mendes deixou clara a insatisfação e a
preocupação do governo com o tema. Mais que isso: mostrou que o BC está
alinhado com o restante da equipe econômica no esforço de manter o dólar
em um patamar favorável às empresas brasileiras.
"O desempenho industrial mais fraco até aumenta a possibilidade de o
governo querer um dólar mais alto que a cotação de hoje (ontem)", disse o
diretor do Banco Central.
Minutos antes da entrevista, o dólar chegou a ser trocado de mãos por
R$ 1,9770. O governo entende que o dólar mais alto é importante para os
exportadores, já que torna produtos e serviços brasileiros mais
competitivos.
Liquidez. Oficialmente, o BC não tem um objetivo para o preço da
moeda e a instituição só intervém para resolver problemas de liquidez.
"Não temos uma meta de câmbio, atuamos no ajuste da liquidez",
argumentou o diretor. Apesar do discurso, Aldo avisou que o banco pode
voltar a comprar dólares, o que evidentemente aumentaria o preço da
moeda. "O BC tem atuado numa ponta (a vendedora) e pode atuar na outra
(como comprador). Sempre estamos de olho", afirmou o diretor.
A chance de voltar às compras tem até endereço: o mercado futuro. "A
dinâmica atual tem sido concentrada no segmento futuro. Se a gente
tivesse de voltar a intervir, seria no futuro", disse. Essa simples
ameaça foi suficiente para a moeda, em poucos minutos, retornar ao
patamar indicado.
O mesmo BC que agora ameaça comprar dólares teve, na semana passada,
forte atuação como vendedor da moeda americana. Em três dias seguidos -
entre quarta-feira e sexta-feira -, realizou leilões no mercado futuro
que corresponderam à venda de cerca de US$ 9 bilhões.
Crise externa. Mesmo com tais intervenções, o diretor do Banco
Central afirma que a recente queda do dólar para abaixo de R$ 2 não é
responsabilidade do banco. Para ele, a queda é resultado de uma
percepção positiva dos investidores sobre a crise externa. "Os anúncios
após o encontro da cúpula europeia na semana passada têm consistência um
pouco maior do que havia sido divulgado antes. Por isso, houve o recuo
do dólar", argumenta Mendes. "Houve alívio para a tomada de risco."
Controle do câmbio prejudica exportador
O controle de câmbio do governo Kirchner está se transformando em um
tiro no pé. O objetivo é elevar o superávit comercial, mas as barreiras
acabam prejudicando também as exportações.
A vinícola Trivento, da holding Concha y Toro, decidiu fechar seu
departamento de exportação na Argentina por causa da exigência de trocar
os dólares recebidos por pesos em 30 dias.
Antes de abril, esse prazo era de 180 dias, o que dava tempo e
melhores condições aos compradores. As empresas exportadoras de vinhos
em geral foram afetadas pelos prazos que estão sendo negociados pelo
Instituto de Vinicultura.
Situação similar vive o setor de mineração. No mês passado, o setor
deixou de exportar US$ 250 milhões, segundo a Câmara Argentina de
Empresários de Mineração (Caem).
O processo de exportação do setor exige um mínimo de 180 dias entre a
avaliação química do minério por parte do comprador, o estabelecimento
de preços, a expedição de guias e o recolhimento de impostos e
cumprimento de todos os requisitos junto ao Banco Central e à Afip (a
Receita Federal argentina), como explicou o presidente da Caem, Martín
Dedeu.
Até o setor automobilístico, um dos motores da economia argentina,
está sendo afetado. Mais de 60% da fabricação local é destinado à
exportação e o mercado brasileiro recebe 80% destas vendas.
As exportações de automóveis da Argentina para o Brasil recuaram
30,6% em maio, comparado com igual mês de 2011, conforme a Associação de
Fábricas de Automóveis (Adefa). A menor demanda brasileira contribuiu
fortemente para o recuo, mas não foi o único motivo.
Algumas montadoras tiveram que interromper suas linhas de produção
por falta de insumos, como ocorreu com a Fiat e a Renault, recentemente.
A fabricante local de autopeças Petrak demitiu 50 empregados há
algumas semanas. A empresa fornece peças à Fiat, Iveco, Volkswagen,
Renault e Deutz. A Petrak alegou perda de competitividade e problemas
para exportar seus produtos e importar insumos. Dezenas de outras
fábricas de autopeças estão com o mesmo problema.
Protesto. Os comerciantes do bairro do Onze, uma espécie de "25 de
março" de Buenos Aires, fizeram um protesto porque estão ficando sem
produtos. São dezenas de lojas de brinquedos, plásticos, eletrônicos,
óculos, roupas e acessórios que empregam centenas de pessoas./M.G.
Carlos Hamilton, do BC: estimativa de inflação maior em 2012 veio por câmbio
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton
Araújo, afirmou nesta quinta-feira que a maior projeção de inflação para
este ano pode ser atribuída à alta do dólar frente ao real.
"Como o real se depreciou nos últimos três meses, isso vale para
maioria das moedas. O impacto dessa depreciação, quando ocorre, é
relativamente rápido na inflação", afirmou o diretor ao apresentar o
Relatório Trimestral de Inflação do BC.
A autoridade monetária passou a prever que o IPCA fechará este ano
com alta de 4,7 por cento, ante estimativa anterior de 4,4 por cento.
O diretor disse ainda que a economia brasileira terá crescimento mais
favorável no segundo trimestre, acelerando ao longo de 2012.
Mercado de câmbio do País vive indefinição
As incertezas externas têm colocado parte do mercado de câmbio em
clima de espera no Brasil. Com sinais pouco consistentes e, às vezes,
até divergentes sobre Europa, Estados Unidos e China, empresas e
investidores optam por reduzir o ritmo nos negócios. Com volumes
menores, o fluxo de dólares ao Brasil não segue tendência firme. Ontem, a
moeda voltou a subir e fechou a R$ 2,035, com alta de 0,25%.
A falta de clareza sobre os rumos da economia global tem feito o
mercado de moedas operar sem um norte. Após a entrada de US$ 843 milhões
nos oito primeiros dias do mês, a tendência mudou: os números do Banco
Central voltaram ao campo negativo e US$ 327 milhões deixaram o Brasil
na semana passada, entre 11 e 15 de junho. A troca de sinais não
surpreende analistas.
"Não há rumo no cenário exterior. Cada instituição fala em um sentido
e o investidor fica perdido", diz a diretora de câmbio da AGK
Corretora, Miriam Tavares. Segundo ela, a cautela gera menor volume de
negócios e cuidado redobrado. A maior preocupação, diz Miriam, é ficar
exposto às variações cambiais.
Ao contrário dos últimos 15 meses, o setor de comércio exterior
amarga fluxo cambial negativo, segundo os dados do BC. Isso quer dizer
que as transferências para pagar importações superaram o montante de
dólares que ingressou no Brasil pela mão dos exportadores. Na semana
passada, US$ 435 milhões deixaram o País para pagar importados.
Mesmo com o dólar a R$ 2, exportadores têm sido cautelosos. "O
resultado da balança comercial tem frustrado as expectativas", diz o
economista da Rosenberg & Associados, Rafael Bistafa. "Além disso,
muitos trouxeram volume grande de recursos quando o dólar bateu em R$ 2.
Agora, a necessidade de mais recursos parece menor e empresas preferem
esperar e deixam o dinheiro no exterior."
Surpreendentemente, o fluxo de dólares com os investidores continua
positivo. Na semana passada, US$ 108 milhões entraram no País em
transações como compra de ações e títulos de renda fixa, empréstimos e
investimento produtivo. Em junho, a conta já chega a US$ 1,12 bilhão.
Dólar cai ante moedas fortes por dados nos EUA e Fed
O dólar caía ante outras moedas fortes no fim da tarde da
quinta-feira, pressionado por dados ruins sobre pedidos de
auxílio-desemprego e mercado de moradias nos Estados Unidos. Tais
indicadores alimentaram temores, entre os investidores do mercado de
câmbio, de que a situação aumente a probabilidade de novas ações de
estímulo por parte do Federal Reserve Bank norte-americano.
"O
mercado está precificando mais relaxamento quantitativo pelo Fed",
comentou Ron Leven, estrategista de câmbio do Morgan Stanley em Nova
York. Segundo ele, o presidente do Fed, Ben Bernanke, deu fôlego a essa
percepção ao mencionar a possibilidade de corte da taxa de redesconto.
No
fim da tarde, em Nova York, o euro era negociado a US$ 1,2280, de US$
1,2284 na quarta-feira. O iene estava cotado a 78,59 por dólar, de 78,80
ienes por dólar na última sessão, e a 96,50 por euro, de 96,79 ienes
por euro na véspera. A libra estava em US$ 1,5724, de US$ 1,5654 no dia
anterior. As informações são da Dow Jones.
Cotações das moedas latino-americanas frente ao dólar
Bogotá, 19 jul (EFE).- Cotações das moedas latino-americanas frente ao dólar:.
Países Moeda Preços Variação.
ARGENTINA Peso 4,57 ( 0,00%).
BOLÍVIA Boliviano 6,96 ( 0,00%).
BRASIL Real 2,015 (+0,34%).
COLÔMBIA Peso 1.776,18 (+0,14%).
COSTA RICA Colón 505,14 (+0,01%).
CUBA Peso/CUC 1,00 (controlado).
CHILE Peso 485,70 (+0,45%).
EL SALVADOR Colón 8,75 ( 0,00%).
GUATEMALA Quetzal 7,81 ( 0,00%).
HONDURAS Lempira 19,64 ( 0,00%).
MÉXICO Novo Peso 13,24 (-0,76%).
NICARÁGUA Córdoba 23,59 ( 0,00%).
PARAGUAI Guarani 4.440 (-0,22%).
PERU Sol 2,640 ( 0,00%).
R.DOMINICANA Peso 39,13 (+0,05%).
URUGUAI Peso 22,00 (+0,22%).
VENEZUELA Bolívar Forte 4,30 (controlado).
(A moeda do Equador e do Panamá é o dólar). EFE
Fluxo cambial é negativo em US$ 212 mi até 13 de julho
O fluxo de dólares para o Brasil mudou de tendência e voltou a ficar
negativo. Dados apresentados nesta quarta-feira pelo Banco Central
mostram que US$ 609 milhões deixaram o País na semana passada, entre os
dias 9 e 13. Com esse movimento, o acumulado de julho - que era positivo
até então - virou e passou a registrar saída líquida de US$ 212 milhões
até a última sexta-feira.
A saída de dólares tem ocorrido
exclusivamente pela via comercial. Na segunda semana do mês, US$ 1,020
bilhão deixou o Brasil por essa via, já que as transferências para o
exterior para pagar importados somou US$ 3,865 bilhões e superou a
receita de US$ 2,845 bilhões obtida com a venda de produtos e serviços
brasileiros a outros países. Com o resultado, o fluxo comercial do mês
também mudou de sinal e passou a amargar saída líquida de US$ 1,010
bilhão nas duas semanas do mês.
Nas transações financeiras, os
números seguem no azul. Na semana passada, operações de câmbio para a
compra de ações e títulos de renda fixa, empréstimos, remessa de lucros e
investimentos produtivos, entre outras, trouxeram US$ 412 milhões ao
Brasil. O valor é resultado da entrada total de US$ 4,744 bilhões, maior
que as saídas de US$ 4,332 bilhões. No acumulado do mês, há entrada
líquida de US$ 798 milhões pelo fluxo financeiro.
No acumulado do
ano até a última sexta, o Brasil registra entrada líquida de US$ 22,731
bilhões, sendo US$ 19,124 bilhões pela via comercial e US$ 3,607
bilhões pelo segmento financeiro.
Câmbio e demanda motivam revisão na balança comercial
A combinação câmbio e demanda interna mais fraca motivaram a
Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) alterar sua projeção
para os resultados da balança comercial de 2012. As exportações vão
atingir US$ 237,070 bilhões, cifra acima dos US$ 236,580 bilhões
estimados anteriormente, em dezembro do ano passado. Já as importações
foram revisadas para baixo: de US$ 233,5 bilhões para US$ 229,020
bilhões. A entidade revisou ainda sua projeção para o superávit, que
saiu de US$ 3,040 bilhões para US$ 8,050 bilhões.
"O maior ajuste
foi feito nas estimativas para importações", explicou o presidente da
AEB, José Augusto de Castro. Segundo ele, a falta de dinamismo da
economia brasileira, aliada à adoção de medidas protecionistas pelo
governo, tem desestimulado as importações. O cenário é mais dramático
para o segundo semestre.
Mesmo assim, ele acredita que o País terá
alguns meses de déficit na balança. Castro lembra que 78% da safra de
soja já foi embarcada e seus impactos positivos na balança devem sumir a
partir de agosto. "Estamos trabalhando com um superávit de apenas US$ 1
bilhão para o segundo semestre", afirmou.
O ajuste nas
importações teve como destaque as compras de petróleo, que, em razão da
queda no preço do produto, pesou menos na balança comercial. A AEB
trabalhava com um preço médio para o petróleo de US$ 125 o barril, mas o
insumo foi comercializado ao longo do primeiro semestre a valores mais
baixos, na casa de US$ 100 o barril.
"Estamos prevendo uma queda
de 2,6% na receita com importações de petróleo sobre 2011, toda baseada
em preço", acrescentou. Um movimento contrário ao verificado na
importação de derivados de petróleo, que cresce em volume e preço. Só no
primeiro semestre, a receita com importação de gasolina aumentou 368%
em volume frente ao mesmo período do ano passado, saltando de US$ 333
milhões para US$ 1,575 bilhão.
Já nas exportações o maior ajuste foi feito nas estimativas
para as vendas externas de minério de ferro, carro-chefe da pauta
brasileira. "A quantidade vendida ficou igual, mas o preço caiu mais do
que nossa expectativa", revelou. A AEB previa uma cotação média de venda
de US$ 105 por tonelada para 2012, mas o cenário não se confirmou. O
minério chegou a ser negociado a US$ 95 no início do ano e, com isso, o
preço médio do semestre ficou em US$ 102 por tonelada.
Castro
alerta, porém, que a revisão pode ser ainda maior caso ocorra uma
retração no volume vendido, movimento que depende do dinamismo da
economia chinesa. Comparada a 2011, a receita com exportações de minério
caem cerca US$ 10 bilhões, passando de US$ 41,817 bilhões para US$
31,980 bilhões. Para a AEB, a participação do minério na pauta de
exportações brasileira se retrai. A estimativa é de que o produto
represente 13,49% das vendas externas, abaixo da fatia de 16,33%
registrada em 2011.
Moedas de emergentes, como o real, sobem ante o dólar
Os mercados globais mostram discreta disposição à tomada de riscos
após a China confirmar a desaceleração esperada do PIB do segundo
trimestre, para 7,6%, ante 8,1% no trimestre anterior. A produção
industrial chinesa em junho subiu 9,5%, de +9,6% em maio, e as vendas no
varejo mantiveram o ritmo, com alta de 13,8%.
O movimento de
compra de ações e de commodities e de venda de dólares é limitado pelas
incertezas geradas pelo início da temporada de balanços do segundo
trimestre nos EUA. Em Nova York, o JPMorgan Chase & Co abriu a safra
de resultados nesta sexta-feira. A instituição reportou queda no lucro
do segundo trimestre, porém, menor que a esperada pelos analistas.
O
dólar cai levemente em relação a moedas de países exportadores de
commodities no exterior e influencia a abertura do mercado brasileiro.
No mercado doméstico, o dólar à vista abriu em baixa de 0,15%, a R$
2,0350 no balcão. Até 10 horas, oscilou entre mínima de R$ 2,0320
(-0,29%) e máxima, de R$ 2,0360 (-0,10%).
No mercado futuro, nesse
horário, o contrato de dólar que vence em 1º de agosto de 2012 recuava
0,29%, a R$ 2,0385, após abrir em queda de 0,17%, a R$ 2,0410. Até o
momento, esse vencimento de dólar oscilou entre mínima de R$ 2,0370
(-0,37%) e uma máxima, de R$ 2,0435 (-0,05%).
No exterior, o dólar
exibe ligeira alta ante o euro e uma cesta de seis moedas fortes, mas
recua em relação a divisas de emergentes ligadas a commodities. Às
10h04, a moeda dos EUA perdia diante do dólar australiano (-0,27%), do
dólar canadense (-0,13%), da rupia indiana (-0,720%) e do dólar
neozelandês (-0,21%). De outro lado, o euro recuava para US$ 1,2168,
ante US$ 1,2203 no fim da tarde de ontem. O dólar ante uma cesta com
seis moedas fortes estava em 83,768, de 83,636 na quinta-feira.
Embora
a taxa de expansão chinesa de abril a junho tenha sido a menor desde o
primeiro trimestre de 2009, o país asiático está confiante de que irá
alcançar a meta de crescimento de 7,5% definida para este ano. A
perspectiva anima os investidores. Para isso, a China pretende manter
controle sobre o seu mercado imobiliário, a fim de evitar bolhas de
ativos e de promover o desenvolvimento econômico sustentável a longo
prazo.
Quanto à saúde do setor financeiro chinês, testes de
estresse realizados com 17 grandes bancos do país mostraram que as
instituições têm capacidade de absorver grandes choques, informou nesta
sexta-feira o Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês). Mesmo
que os empréstimos inadimplentes subam mais de 400%, o sistema bancário
chinês como um todo, deve manter uma taxa de adequação de capital de
10,89%, abaixo dos 12,33% atuais, afirmou o banco em comunicado.
Em
Nova York, O JPMorgan anunciou uma queda no lucro líquido de 8,7% no
segundo trimestre deste ano, para US$ 4,96 bilhões, de US$ 5,43 bilhões
no mesmo período do ano passado. Os ganhos por ação recuaram para US$
1,21, de US$ 1,27, na mesma comparação, e superaram a previsão dos
analistas de lucro de US$ 0,70 por ação. A receita diminuiu 16% no
segundo trimestre, para US$ 22,89 bilhões, mas também ficou acima das
estimativas de US$ 21,79 bilhões.
Nesse contexto, os investidores
absorvem sem sobressaltos o rebaixamento do rating da Itália pela
Moody's. Tanto que o país vendeu a oferta máxima de 3,5 bilhões de euros
em novos títulos de três anos, com taxa de retorno de 4,65%. A nota da
Itália foi rebaixada em dois graus, de A3 para Baa2 - dois acima do
nível especulativo. A expectativa é de que os bancos italianos também
sejam rebaixados pela agência.
No Reino Unido, o Banco da
Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) e o Tesouro britânico lançaram hoje
um novo esquema pelo qual os bancos que elevarem os empréstimos para
famílias e empresas terão acessão a financiamento mais barato. A medida
entrará em vigor em 1º de agosto e tem o objetivo de aumentar o volume
de crédito no Reino Unido e de proteger a economia britânica dos efeitos
da crise fiscal na zona do euro.
Fluxo cambial é positivo na primeira semana do mês
O fluxo de dólares para o Brasil começou positivo no mês de julho.
Dados apresentados nesta quarta-feira pelo Banco Central mostram que US$
396 milhões ingressaram no País na primeira semana do mês, entre os
dias 2 e 6. Em igual período de julho do ano passado, o movimento era
positivo em US$ 901 milhões.
O ingresso da moeda foi liderado na
semana passada pelo movimento financeiro, que registrou entrada líquida
de US$ 386 milhões. Nessa cifra, estão operações de câmbio para a compra
de ações e títulos de renda fixa, empréstimos, remessas de lucros e
investimentos produtivos, entre outras. Ao todo, as entradas somaram US$
6,678 bilhões e superaram as saídas de US$ 6,292 bilhões no período.
Na
semana, o fluxo comercial também foi positivo e somou US$ 10 milhões.
Segundo o BC, as exportações alcançaram US$ 3,388 bilhões e superaram
com pequena vantagem as importações de US$ 3,378 bilhões no mesmo
período.
No acumulado do ano até 6 de julho, o fluxo cambial
acumula entrada líquida de US$ 23,340 bilhões, sendo US$ 20,144 bilhões
no segmento comercial e US$ 3,196 bilhões pela via financeira.
Projeção do câmbio para fim de 2012 segue em R$ 1,95
Mesmo com os fortes sinais dados na semana passada de que o governo
quer o dólar na casa dos R$ 2, analistas consultados pela pesquisa Focus
realizada pelo Banco Central mantém previsões da moeda abaixo desse
patamar.
De acordo com o levantamento divulgado nesta
segunda-feira, a mediana das projeções para o preço da moeda estrangeira
no fim deste ano seguiu em R$ 1,95 pela terceira semana. Para o fim de
2013, subiu de R$ 1,90 para R$ 1,94. Há um mês, analistas previam dólar a
R$ 1,90 no fim de 2012 e a R$ 1,88 no fim de 2013.
Na
mesma pesquisa Focus, o mercado financeiro manteve a previsão de taxa
média de câmbio para 2012 em R$ 1,92. Para 2013, a estimativa de câmbio
médio avançou de R$ 1,90 para R$ 1,91. Há um mês, a pesquisa apontava
que a expectativa estava em R$ 1,90 em 2012 e em R$ 1,86 no próximo ano.
De
acordo com a pesquisa Focus, as previsões de déficit em transações
correntes em 2012 e 2013 também foram alteradas. A mediana das
expectativas de saldo negativo em conta corrente neste ano aumentou de
US$ 64,61 bilhões para US$ 65 bilhões. Há um mês, a expectativa estava
em US$ 65,9 bilhões.
Para 2013, a previsão de déficit nas
contas externas foi em tendência contrária e caiu de US$ 71,13 bilhões
para US$ 71,06 bilhões. Quatro semanas antes, analistas esperavam
déficit em transações correntes de US$ 72,28 bilhões no próximo ano.
Na
mesma pesquisa, economistas reduziram as estimativas de superávit
comercial em 2012, de US$ 19,2 bilhões para US$ 18,09 bilhões. Para o
ano seguinte, a previsão seguiu em US$ 14,78 bilhões. Um mês antes,
analistas previam superávit da balança comercial de US$ 20 bilhões e US$
15 bilhões, respectivamente.
A pesquisa mostrou ainda
que a estimativa para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto
(IED), aquele voltado ao setor produtivo, foi mantida em US$ 55 bilhões
em 2012. Para o ano seguinte, a estimativa aumentou de US$ 59 bilhões
para US$ 59,5 bilhões. Há um mês, analistas esperavam entrada de US$
55,10 bilhões e US$ 59,4 bilhões, respectivamente, em cada um dos dois
anos.
Fluxo cambial é positivo de US$ 318 milhões em junho
O Brasil voltou a receber dólares em junho. Dados divulgados nesta
quarta-feira pelo Banco Central mostram que o fluxo cambial no mês
passado ficou positivo em US$ 318 milhões. O resultado reverte parte da
saída de US$ 2,691 bilhões em maio.
O ingresso de recursos no mês
passado aconteceu exclusivamente pela conta financeira, que registrou
saldo líquido positivo de US$ 1,280 bilhão. Nessa cifra estão operações
como investimentos em ações e renda fixa, empréstimos, remessas de
lucros, investimentos produtivos, entre outros. No total, o fluxo
financeiro acumulou ingresso de US$ 28,902 bilhões e saídas de US$
27,622 bilhões no mês passado.
O fluxo comercial, no entanto,
registrou saída líquida de US$ 962 milhões. Esse é o primeiro saldo
negativo do comércio exterior no ano e aconteceu mesmo com o dólar no
patamar de R$ 2,00. Em junho, os contratos de câmbio para pagamento de
importações alcançaram US$ 18,216 bilhões, montante superior à receita
de US$ 17,254 bilhões dos exportadores.
Bancos reduzem posição comprada em câmbio em junho
Os bancos reduziram ligeiramente a posição comprada no mercado
cambial. Dados do Banco Central apresentados nesta quarta-feira mostram
que as instituições financeiras encerraram junho com posição comprada de
US$ 2,287 bilhões, inferior ao observado em maio, quando o setor estava
comprado em US$ 2,686 bilhões. Junho foi o sexto mês seguido em que o
mercado manteve posição comprada no câmbio.
No jargão do mercado
financeiro, estar "comprado" sinaliza crença de que as cotações do dólar
podem subir. Assim, ao ter a moeda em caixa é possível lucrar com uma
eventual alta das cotações. Ao contrário, estar "vendido" representa
expectativa de queda do preço da moeda.
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